Um amor mais leve – 7

Um amor mais leve – 7

Mais uma vez Mauricio e eu brigamos, mas desta vez eu não o segui e enquanto eu refletia sobre os rumos da minha vida recebo uma ligação. Por reflexo meus lábios desenham um sorriso em meu rosto ao ouvir a voz do outro lado da linha…

_ Alô.

_ Carlos bom dia, desculpe a hora e te ligar assim, mas é que... bom você parecia um pouco tenso ontem e.. te liguei para saber como você esta e... bom, se você não esta afim de um encontro comigo, quer dizer vai ter um encontro, não. Vai ter um jogo de vôlei hoje mais tarde você esta afim de assistir? Assistir comigo o jogo de vôlei?

Alexsandro parecia um pouco nervoso pela ligação, não no sentido de raiva, mas de inseguro. Respondi que eu estava bem e que gostaria sim afinal eu precisava relaxar e estar na companhia de Alexsandro me ajudava.

O dia passou em um piscar de olhos e logo já estava na hora do jogo. Cheguei no estádio e de longe vejo ele com um belo sorriso no rosto, camiseta cavada e short deixando seu corpo ainda mais atraente sem ser vulgar.

_ E ai cara beleza? Resolveu seus problemas?

Me pergunta Alexsandro com aquele tapinha nas costas.

_ Vamos dizer que há males que vem para o bem, hoje mal acordei e já tive uma discussão daquela.

Respondo.

_ Nossa, que bosta hem?

Diz Alex.

_ Mas de boa, me serviu para ter certeza do que fazer.

Digo ao meu amigo.

_ Menos mal então, vamos entrar?

Alex e eu entramos, compramos pipoca, refrigerante e escolhemos nossos lugares. Logo o jogo começou e foi bem disputado cada sete. Eu estava me sentindo renovado estando ali, toda aquela vibração da torcida, a alegria de Alex, nossa e como Alex estava bonito, aquela camisa regata azul com sua pele morena quase negra, aquela barba cerrada adornando seu rosto aqueles lábios grossos rosados e quando ele vibrava, que braços eram aqueles. Quando Alex se levantava eu levava alguns segundos, so para admirar aquelas coxas grossas peludas e apesar de ser ativo era impossível não notar aquele volume entre suas pernas, parecia que ele estava sem cueca, será?

E claro que eu tentava disfarçar ate porque eu ainda não tinha certeza de suas intenções e se ele realmente era homossexual, ate o momento não percebi ele olhando diferente para nenhum outro homem, sim nenhum outro porque toda vez que ele me olhava com aqueles intensos olhos castanhos ele abria seu belo sorriso perfeito, branco como a neve, seus olhos pareciam brilhar, mas era somente simpatia ou era algo a mais?

Eu gosto, mas admito que não sou muito ligado no esporte e percebendo isso, Alex ia me explicando tudo que acontecia na quadra como um narrador esportivo, mas de uma forma alegre, contagiante divertida além de uma voz grave que o deixava ainda mais másculo e atraente.

Confesso que o estilo macho alfa de Alex não era bem o estilo que me cativava levando em consideração meus ex namorados a maioria bem mais afeminados, sempre em minhas relações fui o ativo me relacionando sempre com passivos, mais magrinhos, delicados da voz mais aveludada. O Mauricio foi o primeiro mais estilo barbie, musculoso que eu namoro. sei la, eu gosto de cuidar e amo o jeito carinhoso como esse estilo de gay trata seus namorados, vejo estes mais machinhos tratar seus namorados mais seco ou como um objeto eu não me sentiria bem sendo tratado assim e apesar do jeito um tanto ácido de Mauricio quando ele quer ser bem carinhosinho, boiolinha ele sabe ser e não posso negar que ele gosta de cuidar de mim as vezes ate sufoca.

Sera que essa relação sufocante, controladora de Mauricio estava me fazendo resiguinificar meus gostos e sentimentos? Ou era a forma respeitosa e atenciosa que Alex estava me tratando que estava me encantando por eu estar em um momento digamos mais frágil?

Enfim, voltando ao jogo, Alexsandro vibrava a cada ponto principalmente quando um jogador o camisa 7 tocava na bola. Comecei a ficar desconfiado de algo, será que Alex tinha algo com aquele garoto? Não, não era possível, afinal para que ele me convidaria para assistir a um jogo do namorado dele? Poderia ser um sobrinho, afilhado ou...

_ Isso ai filhão!

Grita Alexandro empolgado quando o camisa 7 fez um corte resultando em ponto, após a bola ficar um tempo indo e voltando entre os lados da rede.

_ Pai?

Pergunto surpreso.

_ Há e desculpe eu não te disse, aquele ali o camisa 7 é meu filho, fui casado por três anos meio que obrigado, sabe como é a pressão principalmente quando seus pais são evangélicos.

Explica Alexsandro.

_ Sei, sei bem como é...

Digo tentando disfarçar minha decepção, então ele era hetero e só estava sendo amigável e eu pensando ... bom como eu iria adivinhar? Isso era culpa do Gilberto que ficou colocando caraminholas na minha cabeça!

Meu celular começa a tocar incessantemente e por mais que eu desligasse as ligações ou deixasse tocando aquilo já estava me incomodando e eu precisava dar um ponto final naquilo. Eu disse a Alex que iria ao banheiro e sai da arquibancada para encontrar um lugar que eu poderia falar com mais calma, atendi a chamada de Mauricio e disse para ele parar de me ligar, que eu não poderia falar com ele naquele momento e que no outro dia, ou seja, segunda feira depois do trabalho nos encontraríamos para resolver de uma vez por todas nossa situação, claro que ele não queria aceitar aquilo, mas era o melhor que eu poderia fazer, não queria estragar minha noite, por mais que aparentemente Alex fosse hetero estava sendo legal nosso encontro, aquela amizade que estava se fortalecendo.

Ao voltar Alex estava comemorando a vitória do penúltimo sete bem entusiasmado, mas não estava sozinho, sua mão estava envolto na cintura de uma mulher, uma bela morena da cintura fina, com uma maquiagem discreta, mas bem feita que deixava seu rosto ainda mais bonito, pareciam bem íntimos e isso fez com que minha esperança de uma possível tentativa de algo com ele fosse a zero.

 

Continua