Te amei, amo e sempre vou te amar -7- O inesperado.

Te amei, amo e sempre vou te amar -7- O inesperado.

Com a insistência de Mariza ligo para a casa de Augusto depois que uma voz feminina atende o telefone Augusto assume o telefone e grosseiramente me responde do outro lado da linha. Irritado com sua atitude nem o respondo, apenas desliguei o telefone batendo o fone no gancho com muita raiva.

_ Quem ele pensa que é para falar assim comigo?                                       

_ O que foi? O que aconteceu?

_ Grosso o Augusto foi um grosso, gritou comigo.

_ Não acredito aquele Augusto todo educado e cheio de dedos? O seu Augusto?

_ Nem parecia a mesma pessoa Mariza já é a segunda vez que ele usa esse tom comigo, a primeira na casa dele quando sem querer ia abrindo o quarto da mãe dele agora isso. Estou começando a achar que tem algo mais além dessa historia de mãe super protetora. 

_ Essa parte você não tinha me contado.

_ Achei melhor deixar para la.

_ Agora fiquei com a consciência pesada.

_ Deixa disso Mariza.

_ Você ainda me alertou, mas meu sangue subiu ai faço besteira ne? Não queria que vocês brigassem queria que se resolvessem.

_ Eu sei.

_ Talvez a mãe dele não esteja bem ou ele esteja cansado, pode ter acontecido algo no escritório ou já pensou se a mãe dele achou seu chinelo desconfiou de algo, ou algum vizinho te viu ou...

_ E daí Mariza? E por conta disso ele tem que descontar a raiva dele em mim? Não estou te entendendo agora a pouco disse para eu não aceitar agora já esta dizendo que eu tenho que aceitar ele gritar comigo daquela forma?

_ Não Santiago, não estou falando para aceitar ele te tratar mal. Entenda que tudo há um limite. Estou pedindo para você ter um pouco de calma, conversa com ele depois tenta ouvir o lado dele descobrir o porque ele falou assim com você e explique como se sentiu.

_ Sinceramente? Não sei se estou muito afim de ter essa conversa não. Do jeito que ele me tratou se quer merece que eu olhe na cara dele novamente. Vou mandar uma mensagem dizendo que acabou e para ele não me procurar mais e pronto.

_ Amigo uma vida a dois é mais que momentos de carinho, sexo e concordância existem momentos de raiva, de tristeza de angustia e de falta de paciência e quando gostamos temos que saber relevar algumas coisas deixar a poeira abaixar e conversar sobre o que ocorreu acertar a coisas para poder continuar, sabe o porque de hoje haver tantos divórcios e namoros que não duram uma semana? Porque na primeira discussão, no primeiro impasse já se separa, não se conversa, não se propõe acordos e não é assim que se mantem um relacionamento maduro e estável.

_ Obrigado amiga, vou pensar no que disse você é mais que uma amiga para mim você sabe, não tenho ninguém para me aconselhar.

Disse abraçando Mariza.

_ Eu estou aqui, sempre! Sei que não gosta de falar nesse assunto, mas você já não enfrentou algo parecido com o... Rafael? 

_ Não o Rafael nunca levantou a voz para mim.

_ Eu digo no sentido de mãe super protetora, medo de se assumir...

_ Nesse sentido sim, mas pensei que seria diferente justamente por isso, por já ter passado por algo semelhante. Com o Rafael ele tinha medo da mãe descobrir que ele era gay, ela era muito conservadora e ele dizia que ela ainda estava abalada pela morte do marido e não queria que a mãe sofresse mais por isso não assumimos o namoro, mas ele nunca foi grosso comigo. Agora com Augusto de novo esta historia que ate certo ponto eu entendo, mas não vou aturar homem nenhum me tratar dessa forma.

_ Eu sei que esta nervoso agora e te compreendo, mas pensa com calma no que te falei.

_ Vou pensar...

  Alguns dias se passaram, acordei tomei meu banho, meu café e no celular dezenas de ligações e mensagens de Augusto que apaguei sem ler e não retornei ligações. Chego na garagem entro no carro e me lembro que tenho que abastecer, mas como tenho uma reunião acho que da tempo de chegar ate o trabalho tem um posto perto depois eu coloco a gasolina, mas mal passei a segunda esquina e o carro apagou fim da gasolina minha sorte é que eu morava a algumas quadras do trabalho então chegaria a pé sem grandes problemas. Bem... era o que eu pensava.

Poucos metros de onde o carro parou escuto um cachorro latindo quando olho para trás um dobermann preto bonito, mas em disparada para meu lado. A recomendação é não correr, mas quem consegue ficar parado com um cachorrão daqueles correndo em sua direção? Acelerei corri o máximo que pude, ouvi o dono do cachorro o chamando, mas quem disse que ele ouvia estava perto do cruzamento ia ter que parar ou poderia ser atropelado e agora? Arriscava virar panqueca ou comida de cachorro? Foi quando um carro atravessou em minha frente o motorista me viu correndo e o cachorro atrás abriu a porta e gritou:

_ Entra!

Com a adrenalina do cachorro correndo atrás de mim e o sol em minha frente não consegui ver o rosto do motorista e sinceramente naquele momento isso pouco importava. Acelerei o máximo que pude e praticamente pulei dentro do carro e fechei a porta bamm o cachorro bateu na porta do carro ainda bem que o vidro estava fechado. Foi por pouco, meu coração pulando quase saindo pela boca.

_ Você esta bem?

_ Estou, muito, muitissimo obrigado.

Disse eu com a cabeça no encosto do carro olhos fechados tentando me recompor buscando o ar.

_ Moço, moço desculpa, não aconteceu nada não ne?

Disse o dono do cachorro colocando a coleira no dobermann. Balancei a cabeça negativamente e quase sem fôlego disse:

_ Tirando o fato de quase ter virado ração?

_ Desculpa, Eu estava chegando ele fica sempre preso la no fundo o portão aberto para eu entrar com o carro, mas desta vez ele não sei como se soltou. Nossa moço que susto ainda bem que não aconteceu nada desculpa mesmo.

_ Certo agora esta tudo bem, só leva ele daqui e prende bem.

_ Ok mais uma vez desculpa.

_ Você esta bem mesmo? Que susto hem? Esta indo para o trabalho? 

_ Estou e obri....

Quando senti algo estranho como se eu conhecesse aquela voz, mas quando eu finalmente olhei para o motorista não acreditei. Meu coração que já estava desacelerando volta a disparar chega a doer meu peito, minhas pernas bambeiam por alguns segundos, minha boca volta a secar.

_ Ra... Rafael?!!!

Volto a encostar a cabeça no banco e a fechar os olhos não isso só pode ser coisa da minha cabeça isso não pode ser real! Ai será que eu morri e essa é uma versão terrestre moderna da gôndola do pós vida e o barqueiro esta com a cara do Rafael?

 

 

Continua...

 

Autor: Mrpr2

 

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