Apaixonadamente seu - 7 - Alem da conta.

Apaixonadamente seu - 7 - Alem da conta.

Estávamos Henrique e eu em seu quarto assistindo a um filme, eu estava deitado ao lado dele, sentindo seu perfume que exalava por todo aquele quarto, sua presença ao meu lado o clima do filme tudo me deixava excitado eu tentava disfarçar e prestar atenção apenas no filme, mas era difícil.

Durante o filme um casal gay se beija após uma linda cena onde um se declarava ao outro não me contive e uma lágrima rolou e quando percebo Henrique está me olhando suavemente vira meu rosto para seu lado e me da um beijo.

Meu coração disparou, já estava emocionado com o filme, mas ser beijado daquela forma por quem eu amava sem esperar foi algo inimaginável. Ficamos um tempo olhando um para o outro, Henrique acariciava meu rosto então um barulho na porta e ela se abre era a mãe de Henrique, meio atordoado me levantei e disse que iria embora, Henrique disse que o filme ainda não havia acabado então disse que prometia vir outro dia para terminar de ver pois eu teria que trabalhar no dia seguinte e já estava tarde.

Quando cheguei em casa me assustei com Eliot me segurando pelo braço, assim que coloquei a chave no portão. Meu coração quase pulou pela boca, como sempre estava bêbado.

_ E ai como foi? Não quis dormir la com ele?

_ Do que você esta falando?

_ Não se faça de bobo que isso você não tem nada Armando! Já estava dando pro Henrique ne? Eu sabia não podia me descuidar olha ai no que deu!

_ Estamos no meio da rua Eliot!

_ O que tem? Todo mundo já anda falando de mim mesmo!

_ O Henrique e eu somos apenas amigos, sabe que ele é Hetero.

_ Há! Que mentira sabe muito bem que isso não é verdade.

_ Do que esta falando, claro que é.

_ Esse aqui? Esse aqui é o Hetero?

Eliot tira do bolso o celular e me mostra alguns print's de conversas e fotos algumas não tinha rosto, mas eu conhecia muito bem aquele corpo realmente era Henrique, ele se dizia bi nas mensagens. Eliot diz que ele assim que começamos a namorar, criou um perfil fake e entrou em contato com Henrique por um aplicativo de encontros. Por eu falar muito de Henrique no início de nosso namoro Eliot começou a investigá lo e nessa investigação ouviu rumores sobre a sexualidade de Henrique confesso que também já tinha ouvido, mas quando estudávamos juntos eu pensava que eram apenas boatos por ele ser bonito e sociável e apesar de amá lo secretamente pensei que nunca teria chance. Enfim Eliot disse que entrou em contato para saber "qual era" a do Henrique, pois estava inseguro comigo em relação a ele. Fiquei muito irritado com isso, mas ao mesmo tempo feliz por saber que talvez eu tivesse alguma esperança com Henrique, principalmente pelo beijo que havia acontecido entre eu e ele, mas estava tentando não dar muita importância por ele estar carente, machucado, sozinho.   Por outro lado, por que ele não me tinha dito nada antes? Meus sentimentos se reviravam, meus pensamentos borbulhavam.

_ Vai embora! Quer saber para mim já deu, esta tudo acabado entre nós, preferia que terminássemos de outro jeito com você sóbrio,em uma conversa amigável, mas parece que você não consegue mais ser aquele homem por quem eu me apaixonei.

_ Se apaixonou? Acho que esse tempo todo só eu amei, só eu estava com você enquanto que você so pensava nele.

_ Não vou discutir com você neste estado.

Com muito custo consegui entrar em casa Eliot ficou gritando ainda por um tempo em minha porta por sorte começou a chover e ele se foi.

Fiquei mal por Eliot e no decorrer da semana tentei ligar, enviei mensagem, mas ele não me retornou. Eu queria de fato conversar com ele de forma civilizada, em estado sóbrio, mas não consegui.  Fui onde ele trabalhava mas não o encontrei já estava voltando para casa quando escuto alguém me chamando, era Eliot segurando uma caixa com trufas. Mais uma chuva de desculpas e novamente eu cedi, ate porque eu estava me sentindo um pouco culpado por conta do beijo com Henrique.

Com o fim de ano chegando desde o início do mês, bem antes do acidente de Henrique e de eu o encontrar novamente, o pessoal do meu trabalho já estava planejando uma confraternização no fim do mês. Tentei recusar por ja saber como Eliot era, mas acabei sendo convencido a ir, como poderíamos levar acompanhantes convidei Eliot, mas ele se recusou disse que não se sentiria à vontade, além disso teria muito trabalho no dia do evento.   

Os dias se passaram a convivência com Eliot cada dia mais difícil, o acidente, o encontro com Henrique o beijo, confesso que aquilo me abalou, mas mais uma vez Eliot me convenceu a perdoá lo se colocando como vítima, citando que ficou ao meu lado quando minha mãe faleceu, dizendo que me amava, pedindo perdão, enfim o mesmo de sempre, mas que eu caia. Na véspera Eliot chegou em minha casa muito irritado devido uma reunião que teve no trabalho, tomamos um banho juntos, jantamos e ele acabou se acalmando um pouco depois que transamos enquanto eu estava deitado em seu peito acariciando seus pêlos perguntei novamente se ele não gostaria de ir a festa de meu trabalho, novamente ele se irritou e disse que não iria e que na verdade eu também não deveria ir, começou a falar um monte de coisas e acabamos brigando nesta noite ele nem dormiu em minha casa, foi embora irritado.

Acordei ja tarde, arrumei algumas coisas em casa e me arrumei para ir ao trabalho, em meu celular inúmeras mensagens de Eliot pedindo desculpas, que eu deveria ir a confraternização e que me amava muito. Mandei mensagem de volta dizendo que o convite para ele ir continuava de pé e fui trabalhar. Do meu trabalho mesmo nos reunimos e fomos ao bar. O local era bem descontraído, um lugar foi reservado com o logo da empresa e cadeiras especialmente para nós. Comíamos e bebíamos e a cada momento as pessoas ficavam mais desinibidas por conta da bebida. Eu nunca fui de beber, então permanecia em meu estado sóbrio. De repente olho para um determinado lugar e tenho a sensação de que reconheço alguém, mas meus óculos embaçados dificultam a imagem, retiro, limpo as lentes, mas quando volto a focar no local não o vejo mais.

Relaxo e tento aproveitar a confraternização, algumas amigas me chamam para dançar, tímido recuso, mas elas insistem e acabo aceitando. Estamos dançando ou melhor estou me mexendo ao som da música quando um colega de trabalho se aproxima de mim, como o som está alto ele vem me dizer o que queria em meu ouvido. Do nada, alguém vem e o empurra, tento ajudar meu amigo a se levantar, mas sinto meu braço ser puxado. Olho para o lado e vejo Eliot, completamente bêbado, transtornado gritando, xingando, apontando o dedo para meu colega de trabalho que está no chão se levantando enquanto ele me puxa pelo braço. Meus colegas de trabalho vem ao meu socorro, alguns seguram Eliot que fica ainda mais furioso.

Foi tudo muito rápido, tento controlar Eliot, mas ele está transtornado. Eliot quer ir embora eu não queria ir com ele, mas não tinha como deixa lo ir sozinho. Levo o embora pegando um táxi. Chegando em casa o carrego com dificuldade até o banheiro, ligo a água fria e o deixo embaixo ele tenta sair, me puxar, mas com voz de autoridade mando que ele fique ali e se cure da bebedeira que eu iria fazer um café.

Faço um café e quando eu já ia levar Eliot chega por trás de mim me pegando pela cintura com uma toalha enrolada na cintura e os cabelos pingando água me pedindo desculpas. Seu hálito ainda carregado me faz lembrar o que tinha acabado de acontecer.

_ Toma, bebe tudo e amanhã vá embora!

Digo a Eliot entregando o café em suas mãos e vou para meu quarto, pego uma coberta e um travesseiro, volto e jogo no sofá e digo para que ele durma ali e não me incomode mais.

No outro dia acordo sentindo cheiro de café, vou até a sala e Eliot está lá com a mesa posta com várias coisas, bolo, torradas, queijo, café, suco e até uma geleia de pimenta que amo. 

_ É sério Eliot? Acha que isso vai apagar tudo o que você fez ontem? A vergonha que me fez passar diante de meus amigos e colegas de trabalho?

Vestido com uma roupa minha que ficou um pouco apertada, Eliot me pede desculpas, diz que não se controlou ao ver aquele cara vir ao pé do meu ouvido.

_ Vai ser sempre assim? Ninguém pode chegar perto de mim que você já parte para agressão? não estava...

_ Você sabia que eu iria para a confraternização.

_ Eu não ia, mas... estava tenso aconteceu coisas la no trabalho eu precisava conversar, vim aqui você 

_ Sim eu sabia, só não lembrei no momento. Fui me lembrar depois ao tentar te mandar mensagem, então fui a um bar e depois decidi ir ao seu encontro.

_ Por que não me ligou Eliot?

_ Eu queria fazer uma surpresa, fiquei te olhando de longe não queria estragar o momento com minhas angústias, comecei a beber e depois quando vi aquele cara pertinho de você...

_ Assim não da Eliot, você não era assim, cadê aquele cara por quem me apaixonei?

_ Sou eu, continuo o mesmo só que...

_ Não Eliot, não mesmo! Você anda irritado, bebendo...

_ Me desculpa, eu sei que ando pisando na bola, é o emprego, meus pais, mas por você eu paro, foi a última vez amor, te prometo, nunca mais faço isso novamente.

_ Você já tinha me prometido que não iria mais beber Eliot.

_ Me perdoa, por favor!

_ Não Eliot não dá mais chega, vai embora!

Eliot vai embora com a minha roupa mesmo apertada, irritado, bate a porta ao sair e lá de dentro ouço os pneus do seu carro “cantando” saindo em disparada. Fico preocupado, mas não podia tolerar mais aquilo. Alguns dias se passaram e nenhum sinal de Eliot, confesso que estava preocupado afinal apesar de nosso relacionamento não ter dado certo tivemos algo. Eu tinha acabado de chegar em casa quando meu celular toca, era Eliot sua voz estava embargada mistura de choro e bebida ele estava bêbado e me peida mais uma chance. Apesar de sua condição eu fiquei aliviado, ao menos ele estava vivo, tentei explicar a ele que não dava mais que nosso relacionamento tinha acabado, mas ele não aceitava. desliguei a ligação minutos depois ele estava batendo em minha porta, mas eu não abri, para ele ir embora tive que ameaçar a chamar a polícia. 

 

continua…


 

Autor: Mrpr2